MANDATO: 1 de janeiro de 1887 - 23 de janeiro de 1890
Foi comerciante, proprietário de terras, Intendente,
vice-presidente e presidente da Câmara, tendo assim dirigido os destinos de
Mossoró como Presidente do Conselho Municipal no período de mudança do regime,
em 1889. “Foi um símbolo de honradez”, no conceito do professor Tércio Rosado.
Quando comerciante, um acontecimento ficou registrado na crônica local, no qual
deixou patente a sua conduta retilínea: uma alta súbita veio alcança-lo com
apreciável estoque de determinado gênero dos chamados “produtos de primeira
necessidade”, em falta no comércio. Nessas condições, enquanto os concorrentes
se precipitavam na elevação do preço do produto, ele negociou a sua mercadoria,
fazendo jus somente aquela modesta margem de lucro então convencionada no giro
dos negócios, como nos informa o escritor Raimundo Soares de Brito em seu livro
“Legislativo e Executivo de Mossoró – numa viagem mais que centenária – Coleção
Mossoroense – Vol. CCLXXXVII – 1985.
Nasceu em Mossoró, em 28 de novembro de 1853, sendo filho de
Marcolino dos Santos, que era proprietário de terras nesta cidade. Era um homem
de poucas letras, mas de muita inteligência. Foi eleito como Presidente da intendência
para o período administrativo de 1887 a 1890, mas não chegou ao término do
mandato por ter sido surpreendido pela implantação do regime republicano,
quando foi substituído por Manuel Benício de Melo. A sua atuação como
administrador municipal foi voltada no sentido de beneficiar a cidade com
melhoramentos condizentes com a limpeza pública e arborização das praças e ruas
urbanas. Nesse período, alguns fatos importantes para a cidade vieram a
acontecer: no ano de 1887 foi criada a Estação de Correios e Telégrafos de
Mossoró. Em 1888 foi fundada em Mossoró, pelo português Antônio Fernandes
Júnior, uma sociedade secreta chamada de Carbonária. Essa sociedade, secreta e
revolucionária, fora criada na Itália, por volta de 1810, e sua ideologia
assentava-se em valores libertacionais e fazia-se notar pela atitude
anticlericalismo. Atuou na Itália, França, Portugal e Espanha, nos Séculos XIX
e XX. Mas em Mossoró teve vida curta.
Com relação à Proclamação da República, ocorrida em 15 de
novembro de 1889, só na sessão de 5 de dezembro é que a Câmara tomou
conhecimento. O único ato foi enviar um telegrama ao Chefe do Governo
Provisório, saudando-o e externando “seu voto de sincera adesão ao sublime
governo...”. Apenas em 23 de janeiro do ano seguinte, 1890, o Juíz de Direito
Alcebíades Dracon de Albuquerque Lima, oficiou o fato, comunicando que o
governo Estadual dissolveu a Câmara Municipal e que daria posse ao novo
Conselho de Intendência nomeado no dia 25 do mesmo mês. E tal aconteceu,
assumindo como presidente do Conselho o Tenente-Coronel Manuel Benício de Melo.
Voltaria mais tarde a participar da Intendência como seu
vice-presidente em 1895, e ainda como Intendente durante a gestão de Francisco
Izódio de Souza.
Prócer abolicionista da campanha de 1883, foi Venerável da
Loja Maçônica “24 de Junho”, prestando ainda serviços na função pública como
Tesoureiro da Prefeitura de Mossoró.
Era católico fervoroso. Certo dia, estando a sua mulher
doente, fez uma promessa que se a mesma se curasse, doaria uma porção de terra
da sua propriedade a Diocese de Mossoró para a construção de uma capela.
Ficando sua esposa curada, construiu uma pequena capela no sítio Poço das
Pedras (ou Sítio de seu Cirilo). O então bispo Dom Jaime Câmara, em
retribuição, consagrou a capela a São Manuel, por ter sido Manuel Cirilo o
doador, e ainda doou a imagem do santo. Depois da construção da capela, o local
passou a ser conhecido como Alto de São Manuel e posteriormente foi transformado
em bairro da cidade.
Manuel Cirilo dos Santos faleceu em Mossoró, no dia 1º de
janeiro de 1940.
FONTE – BLOG GERALDO MAIA